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#Deaflympics 2021: confira três momentos da primeira semana de competição

Deaflympics 2022

Evento para surdoatletas ocorre até o dia 15 de maio, em Caxias do Sul

A 24ª edição das Surdolimpíadas de Verão teve início no último domingo (1º/05), em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Ao todo são 77 delegações que participam das disputas em 20 modalidades esportivas. Os jogos envolvem cerca de 5 mil participantes, entre atletas, comissões técnicas, organização, voluntários e imprensa.

A Surdolimpíada é o segundo evento multidesportivo mais antigo do mundo, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos. Organizada pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD – International Committee of Sports for the Deaf), a competição ocorre a cada quatro anos.

A primeira edição foi realizada em 1924, em Paris, na França. Inclusive, foi também o primeiro evento esportivo para pessoas com deficiência, visto que os Jogos Paralímpicos só viriam a ocorrer após a Segunda Guerra Mundial. Já a última edição das Surdolimpíadas foi realizada em 2017 na cidade de Samsun, na Turquia.

Essa é a primeira vez que a América Latina recebe o evento. Os jogos ocorrem até o próximo domingo (15/05), em Caxias e cidades da região.

Confira alguns destaques da primeira semana de jogos:

1. Brasil conquista quatro bronzes nas Surdolimpíadas

A primeira medalha do Brasil na 24ª edição das Surdolimpíadas veio no judô. Na terça-feira (3/05), o atleta Romulo Crispim, de Rondônia, conquistou o bronze na categoria até 66kg. O judoca, de apenas 19 anos, é uma das revelações da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS), tendo conquistado dois títulos brasileiros na modalidade, em 2019 e em 2021.

O judô brasileiro, inclusive, não costuma decepcionar. No encerramento das disputas individuais, mais um bronze. O carioca Alexandre Fernandes, 33 anos, subiu ao pódio na categoria até 90kg. Essa foi a terceira conquista do judoca em sua trajetória surdolímpica. Ele já havia faturado o bronze em 2009, em Taipei, no Taiwan, e 2017, em Sansun, na Turquia.

As outras duas medalhas do Brasil até aqui vieram da natação. Maior esperança brasileira nas Surdolimpíadas, o nadador Guilherme Maia, conquistou o bronze nas provas dos 100m e 200m livre.

Na quarta-feira (4/05), durante a prova dos 100m livre, o atleta terminou na terceira colocação com o tempo de 52.73s. A prata ficou com o americano James Klotz; e o ouro foi para o ucraniano Illia Sultanov.

E no sábado teve mais medalha para Guilherme Maia! Com o tempo de 1m56s31, o nadador subiu novamente ao pódio. Além dele, teve dobradinha japonesa nas demais colocações. A prata ficou com Satoi Fujihara, com o tempo de 1m55s22. E o ouro foi para o Ryutaro Ibara, com o tempo de 1m54s82.

2. Ucrânia se mantém absoluta no quadro de medalhas

Só dá eles nesta edição das Surdolimpíadas de Verão! Em apenas uma semana de competição, os ucranianos já somam 77 medalhas (39 de ouro; 16 de prata e 22 de bronze). O país tem a maior delegação do exterior, com 258 atletas, e está na liderança disparada do quadro de medalhas.

Para se ter ideia, só no domingo (8/05) houveram disputas de finais em diversas modalidades: atletismo, ciclismo, orientação, tiro esportivo, natação, taekwondo e tênis de mesa. A Ucrânia esteve presente no pódio de todas elas. Simplesmente, não cansam de ganhar!

Outro momento emocionante ocorreu na terça (3/05), durante uma entrevista coletiva realizada na praça surdolímpica, nos Pavilhões da Festa da Uva. A delegação ucraniana se reuniu para falar sobre a situação da guerra com a Rússia e os atletas compartilharam relatos pessoais. Vale lembrar que os russos foram excluídos da competição pelo Conselho Executivo do Comitê Internacional de Esportes de Surdos (ICSD).

3. Praça surdolímpica reúne atletas do mundo todo

Uma troca cultural que encanta. A experiência de viver um evento multidesportivo está em Caxias do Sul! A praça surdolímpica, localizada nos Pavilhões da Festa da Uva, é o ponto de encontro para todas as delegações que participam do evento. Por lá, atletas, comissões técnicas e públicos desfrutam de um grande lounge e compartilham momentos.

Além disso, todos os ônibus que vão para os locais de treinos, competições e hotéis onde as delegações estão hospedadas passam pelos Pavilhões. A alimentação dos participantes, principalmente o almoço, também ocorre no local.

Surdolimpíadas de Verão estão ocorrendo no outono gaúcho. Competição, prevista para ocorrer em dezembro de 2021, precisou ser adiada devido à pandemia da Covid-19. Foto: Ação Paratleta

A união é uma das essências do esporte e se traduz em ações. A “Surdolimpíada solidária” tem aceitado doações de agasalhos para as delegações que não trouxeram o suficiente, visto que o outono na Serra Gaúcha tem sido frio e chuvoso. Pensando no conforto dos atletas, um estande solidário com doação de roupas foi instalado no local.

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