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Jogos Paralímpicos de Tóquio: saiba como vai funcionar a logística dos atletas brasileiros

Comite Paralimpico Brasileiro

O Comitê Paralímpico Brasileiro divulgou detalhes da convocação, uniformes e embarque da delegação brasileira paralímpica

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio estão chegando! Faltam menos de dois meses para a cerimônia de abertura da competição, marcada para o dia 24 de agosto. Já o encerramento ocorre no dia 5 de setembro.

Liderando o desafio de organizar a presença dos atletas brasileiros na capital japonesa, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) anunciou parte da logística que antecede os Jogos. O processo já está em reta final.

Como será a participação do Brasil nos Jogos Paralimpícos deste ano?

A estimativa é de que a delegação brasileira seja composta por 230 atletas, sendo 150 homens e 80 mulheres, além de comissão técnica, médica e administrativa. Em seu Planejamento Estratégico, o CPB estabeleceu como meta manter-se entre as dez principais potências do planeta nos Jogos Paralímpicos. O objetivo para Tóquio 2020 é ficar no top 10 no quadro geral de medalhas.

Além disso, o Comitê divulgou detalhes da convocação oficial da delegação brasileira, dos uniformes a serem utilizados na competição, do embarque e da acomodação de atletas e comissões técnicas. Confira:

O Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio

A convocação oficial dos integrantes da delegação brasileira para os Jogos será realizada até a primeira quinzena de julho. De acordo com o CPB, o anúncio dos nomes poderá ser feito por partes, ou seja, a divulgação dos atletas que irão compor as seleções brasileiras pode ocorrer em dias diferentes. Isso acontece devido ao calendário pré-paralímpico e de algumas modalidades que ainda estão realizando o fechamento dos rankings classificatórios.

Onda verde e amarela: os uniformes dos atletas paralímpicos do Brasil

Os uniformes esportivos são sempre um show à parte nas Paralimpíadas, e deixam qualquer torcedor “babando” pelas peças, não é mesmo? Para os Jogos de Tóquio, a delegação brasileira contará com um kit de roupas, composto por:

  • Traje completo especial para o desfile de abertura
  • Traje para cerimônia de premiação (pódio)
  • Conjunto para passeio com moletom, camisas, bermudas/shorts e casaco corta-vento
  • Uniforme completo para competição, de acordo com as especificações da modalidade

Lançados em maio, os trajes foram desenvolvidos pela própria equipe de design do CPB e tiveram a acessibilidade como principal objetivo. As peças são voltadas para atender diretamente às necessidades e particularidades das deficiências dos atletas paralímpicos.

Uniformes dos atletas paralímpicos brasileiros para competir nas Paralimpiadas de Tóquio 2020
Conforto, autonomia e acessibilidade são palavras-chave nos uniformes do Brasil para os Jogos Paralímpicos de Tóquio (Foto: Alexandre Urch/Exemplus/CPB)

Entre os detalhes destacados estão alguns recursos de acessibilidade incorporados nos acessórios, como um zíper com “puxador ergonômico”, que possibilita autonomia aos atletas que possuem limitação motora ou articular nas mãos. Já as calças possuem uma abertura lateral na barra para facilitar a passagem da prótese para os atletas amputados de membros inferiores.

Nas leggings de algumas modalidades como atletismo, canoagem e remo, há uma barra diferenciada para assegurar maior segurança de movimento na prática esportiva. Enquanto os tops contam ainda com as alças retas, sem “cruzamento” nas costas, o que facilita a vestimenta para os atletas com deficiência visual.

Outro detalhe incrível está nos produtos da linha passeio, com os quais todos os atletas da delegação brasileira serão contemplados: as peças possuem uma etiqueta interna com braille (sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão) para que deficientes visuais identifiquem as cores.

Para completar esse espetáculo de look esportivo, a participação brasileira no Japão vai contar com o apoio das Havaianas. Além das peças, o uniforme da delegação nacional terá três modelos clássicos da marca: a Havaianas Top Brasil Logo, Alpargatas e a Street Bag.

A notícia triste para nós, torcedores, é que os uniformes da delegação brasileira em Tóquio não serão comercializados.

Rumo aos Jogos Paralímpicos de Tóquio

O embarque brasileiro iniciará na primeira semana do mês de agosto para a aclimatação de 14 modalidades (atletismo, bocha, canoagem, futebol de 5, goalball, halterofilismo, judô, natação, parabadminton, remo, tiro com arco, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado) na cidade japonesa de Hamamatsu.

Lá, o Brasil utilizará cinco hotéis e 12 locais de treinamento, além de espaço para fisioterapia, academia e escritório administrativo. A cidade localizada na província de Shizuoka, 260 km ao sul de Tóquio, tem cerca de 790 mil habitantes e abriga a maior colônia brasileira no Japão, o que motivou o município a interessar-se em receber a delegação nacional paralímpica.

Retrospecto brasileiro nos Jogos Paralímpicos

A estreia do Brasil nos Jogos Paralímpicos foi em 1972, na Alemanha. Na oportunidade, a delegação brasileira contou com 20 atletas homens e disputou provas em quatro modalidades esportivas: tiro com arco, atletismo, natação e basquete em cadeira de rodas.

Porém, a primeira medalha do país canarinho foi conquistada apenas na edição seguinte, em 1976, no Canadá. Naquela edição, 33 atletas, entre eles apenas duas mulheres, disputaram nove modalidades paralímpicas.

Ao todo, o Brasil já participou de doze edições dos Jogos Paralímpicos. A última delas em território brasileiro, durante a Rio 2016. Jogando em casa, os atletas brasileiros quebraram dois recordes: foram 286 atletas participantes e 72 medalhas conquistadas, os maiores números na história do esporte paralímpico brasileiro. A delegação, formada por 102 mulheres e 184 homens, competiu em 22 modalidades e ficou na oitava posição do quadro geral de medalhas.

E agora, quais as expectativas para os Jogos de Tóquio? Como será o desempenho da delegação canarinha? Você arrisca um palpite?

Sobre o adiamento das Paralimpíadas

A cidade de Tóquio foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2020 ainda no ano de 2013. Em função da pandemia Covid-19, a disputa precisou ser adiada pela primeira vez na história.

Antes disso, outras três edições foram canceladas devido às Guerras Mundiais. Em 1940, inclusive, a capital do Japão estava prevista para sediar seu primeiro grande evento esportivo, mas as Olimpíadas daquele ano não ocorreram.

O país teve a oportunidade anos depois: em 1964, Tóquio finalmente recebeu delegações mundiais para sua primeira participação como cidade-sede da competição. Em 1972 e 1998, os japoneses também sediaram os Jogos de Inverno, nas cidades de Sapporo e Nagano.

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