A gaúcha Maria Eduarda Stumpf está confirmada nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que acontecerão de 28 de agosto a 8 de setembro. A atleta, de apenas 19 anos, fará parte da delegação brasileira na capital francesa e vai representar o país nas disputas do taekwondo paralímpico. O anúncio oficial foi realizado na última terça-feira (25/06) pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Em live no YouTube, foram convocados 122 atletas com deficiência de 10 modalidades e, ainda, dois goleiros para o futebol de cegos.
Maria nasceu na cidade de Itaqui, no Rio Grande do Sul (RS), e mora atualmente em Caxias do Sul, onde realiza seus treinos na Associação Caxiense de Taekwondo. A atleta praticou uma série de esportes e atividades até descobrir a modalidade do taekwondo, no final de 2016, e começar a competir.
A gaúcha é representante da classe K44 (categoria até 52kg) para atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, monoplegia, hemiplegia leve ou diferença de tamanho nos membros inferiores. No caso da atleta, a deficiência se desenvolveu no parto, em razão de uma lesão no plexo-braquial, conjunto de nervos que faz a comunicação entre os braços e o cérebro, causando limitações nos movimentos dos braços.
A atleta brasileira ocupa atualmente a 3ª colocação do ranking mundial e no ano passado conquistou a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago. Além disso, entre seus principais resultados estão um ouro e um bronze no Grand Prix de Taekwondo 2023, nas etapas da França e do México, respectivamente; e o ouro no Pan Am Series II no Brasil, em 2023.
Aos 19 anos, ela vai para sua primeira participação em Jogos Paralímpicos. “Ainda não caiu a ficha, mas é uma emoção muito grande poder representar o meu país e a minha cidade num evento tão grande e simbólico. É difícil explicar o que estou sentindo, mas com certeza é um dos momentos mais importantes da minha vida”, destacou.
Além de Maria, a seleção brasileira de parataekwondo será composta por outros cinco nomes: Nathan Torquato (63kg), Claro Lopes de Oliveira (80kg), Silvana Fernandes (57kg), Ana Carolina Moura (65kg) e Débora Menezes (65kg). Em Tóquio 2020, o Brasil conquistou três medalhas na modalidade com o ouro para Nathan, uma prata para Débora e um bronze de Silvana.
“Quero colocar em prática tudo o que viemos trabalhando ao longo desses anos e dar o meu melhor. Seja por mim, pela minha família, pela minha equipe ou por todas as pessoas que torcem e se sentem representadas no movimento paralímpico. E se a medalha vier, vai completar nossa felicidade”, complementou a atleta sobre a expectativa de estar na equipe e fazer uma boa competição.
Essa foi apenas a primeira parte da convocação para os Jogos Paralímpicos de Paris. Nos dias 11 e 18 de julho, serão anunciados os nomes de atletas de mais 10 modalidades. Na última edição dos Jogos, em Tóquio 2020, a delegação brasileira foi composta por 235 esportistas. O recorde de participantes brasileiros foi nos Jogos do Rio 2016, quando o Brasil sediou o megaevento e contou com 278 atletas em todas as 22 modalidades.
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Na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze). Na última edição, o país fez a sua melhor campanha com 72 medalhas no total, a mesma quantidade obtida nos Jogos do Rio 2016. Destas, 22 foram de ouro, outras 20 de pratas e, por fim, 30 bronzes no Japão.